BOCA DO LOBO

Espetáculo de Renato Vieira e Bruno Cezario interliga movimento, artes plásticas, moda e fotografia

As cabeças surgem mascaradas e ao começar o espetáculo, metaforicamente, são desplugadas dos disfarces. É a deixa para todos os presentes, bailarinos e platéia, entrarem na Boca do Lobo, novo espetáculo da Renato Vieira Companhia de Dança, dirigido pelos coreógrafos  Renato Vieira e Bruno Cezario. Após a unanimidade de críticas positivas ao espetáculo Ritornelo – eleito um dos melhores de 2008 por  O Globo, Jornal do Brasil e revista Bravo –  Renato Vieira e Bruno Cezario retomam a criação, tendo como tema o “risco”, leia-se, estar em perigo, realizar experiências sem controle, aventurar-se, ao embalo da embriaguez de cada época.

Em movimento, o tema é explorando numa interligação pulsante entre dança, artes plásticas e moda, dando ênfase a um dinâmico processo colaborativo com artistas do eixo Rio-São Paulo. Boca do Lobo é o 21º espetáculo da Renato Vieira Companhia de Dança, formada hoje por Bruno Cezario, Soraya Bastos, Lavínia Bizzotto, Joaquim Tomé e Gui Alencarr.

Movimentos no limite > Em cena, por uma hora, cada gesto dos cinco intérpretes de Boca do Lobo apresentam movimento extenuantes – cada bailarino chega a extrapolar seu limite de oxigenação, de articulação, enfim, de dança. A trilha musical inclui Tchaikovsky, Enio Moriconi,  Elis Regina, The Supremes. Entendendo que, entre os elementos que geram uma situação de risco também está uma imagem sedutora, os diretores convidaram estilistas para criarem peças especialmente para a ocasião.

Existem cinco estruturas diferentes para o espetáculo, assim como diversas possibilidades de figurinos realizados pelas grifes Neon (SP),  Osklen (RJ), Blue Man (RJ), em parceria com Felipe Veloso. Também integram o time criações da figurinista Sonia Tomé (RJ).

Falam os diretores >“Estar na boca do lobo é uma expressão antiga que resume bem o que queremos abordar. Correr risco é algo universal. Queremos dançar e mostrar a potência humana ao se lançar em queda livre em situações arriscadas, às vezes até condenando a própria vida. Na nossa pesquisa entram várias referências e unimos gerações diferentes, a minha e a do Bruno, cada qual com sua representação desta via de perigo. No roteiro, lembramos da Elis Regina em ‘Dois pra lá, dois pra cá’”, destaca Renato Vieira. Bruno Cezario também observa fatores na pesquisa de linguagem. “A violência das cidades, o consumo de drogas, o sexo sem camisinha, tudo um pouco levou a gente a pensar neste espetáculo. Como cantou Renato Russo, na canção ‘Há tempos’, ‘parece cocaína, mas é só tristeza”, lembra Bruno Cezario, apontando o duplo sentido do projeto.

Sobre Renato Vieira e Bruno Cezario > Coreógrafo que se distingüe pela multiplicidade, além da sua companhia, Renato no momento é o diretor artístico da Companhia de Dança de São José dos Campos, já criou obras para a Companhia de Ballet da Cidade de Niterói, para o Teatro Guaíra, para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outros, e está entre os pioneiros na direção de movimento para teatro, cinema e televisão. Em 2009, foi responsável pela criação e direção de um dos maiores sucessos do teatro musical na cidade com O Som da Motown feito em parceria com o produtor Cláudio Figueira, ampliando um currículo consagrado por assinar direção de movimento em musicais de sucesso como Cole Porter – Ele nunca disse que me amava, Company, South American Way, Cristal Bacharach, Lado a Lado com Sondheim, Sassaricando. Renato Vieira também é o coreógrafo da Escola de Samba Grande Rio. Pelo conjunto de sua obra Renato foi premiado e ganhou da Icatu Holding, uma Residência Artística de seis meses em Paris.

Bruno Cezario tem 16 anos de carreira e viveu por sete anos trabalhando na Europa, tempo em que conciliou a rotina de mais de 150 apresentações anuais com breves retornos, nas férias, ao Brasil. Vinha, sobretudo, para acompanhar os passos da Renato Vieira Cia de Dança onde estreou, em 1994. Um dos principais nomes da dança em sua geração, de 2001 até hoje carimbaram o passaporte de Bruno Cezario o Ballet Du Grand Theatre, em Genebra, Suíça, o Cullberg Ballet, Suécia (foi o escolhido na concorrência de 250 pessoas para uma vaga), o Ballet de L’Opera de Lyon, França, a Companhia Nacional de Dança – Nacho Duato, Espanha, da qual foi primeiro bailarino, e o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em que interpretou criações de quase 40 entre os principais coreógrafos da atualidade, no Brasil e no mundo.

Ficha Técnica
Concepção, coreografia e direção: Renato Vieira & Bruno Cezario
Bailarinos: Bruno Cezario, Soraya Bastos, Lavinia Bizzotto, Joaquim Tomé , Fabiana Nunes e  Gui Alencar.
Luz: Binho Schaefer |
Concepção de figurino: Bruno Cezario | Stylist: Felipe Veloso
Participações no figurino: Blue Man | Felipe Veloso | Neon | Osklen | Sonia Tome
Música: Bruno Cezario
Design gráfico Cristhianne Vassão e Bruno Cezario |
Ensaiador Gregory Lorenzutti
Direção de Produção: Isabel Themudo

Serviço
Gênero:
Dança
Duração: 55 minutos
Classificação Indicativa: 18 anos
Horários: QUINTAS E SEXTAS às 21h
Temporada: de 3 a 25 de fevereiro 2011
Valores: R$ 30,00 inteira / R$ 15,00 meia / R$ 10,00 ingresso amigo

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